segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O Natal ou Comercial?


Por, José Wilson Alves¹

Mais um ano vemos em nossos dias chegar o Natal, o dia que para cristãos é comemorado o nascimento de Jesus Cristo o filho de Deus que veio habitar entre nós, que nasceu de uma humilde mulher chamada Maria e que foi protegido e educado por um homem da descendência de Davi conhecido como José (Mt. 1. 20) e que veio ao mundo numa manjedoura (Lc. 2. 16)  entre animais num estábulo.

O Natal, antes que se possa imaginar não é apenas um dia, o Natal é um período, um tempo, que se celebra o mistério do nascimento, da encarnação do verbo divino que habitou entre nós, nos ensinou o caminho, e nos salvou da morte do pecado (Lc. 3. 6).
O tempo que celebramos o nascimento do menino Jesus, o Messias, deve ser encarado como muito mais que um tempo de receber e devolver presentes, de irmos as compras e ou fazer viagens e turismo dos sonhos, gastar dinheiro, agradar amigos e consumir desenfreadamente.
O Natal, antes era comemorado pelos antigos pagãos o nascimento do sol, o sol que é astronomicamente falando o grande astro rei, para a nossa geração, Cristo é, e será sempre o nosso principal e maior astro rei, ele é o norte de nossa geração, quer seja conscientemente cristão ou não, o mundo moderno rendeu-se ao cristianismo, a sua história, seus pensamentos e sua filosofia.
Também é certo afirmar que o consumismo fruto de outros valores que não são cristãos, que muito influencia nossa forma de vivenciar a tradição do tempo natalino, faz verdadeiros estragos na compreensão deste tempo, tempo este, que comemorando a graça de fazer memória ao nascimento de Jesus, acabamos por nos diluirmos num consumismo demasiado, deixando de lado o mistério celebrado e prática da solidariedade e apego familiar e respeito as pessoas que antes de tudo é o mais importante do ensinamento de Jesus.
O comércio, o consumo intenso, e a demonstração de poder aquisitivo é muito mais forte que a demonstração de fé com a tradição cristã e ou demonstração de carinho para com as pessoas queridas que se deseja presentear. O presente não pode ser algo maior que a festa da graça recebida, a confraternização da vida, da irmandade, da paz e do amor entre as pessoas e a aceitação de um Deus verdadeiro que se faz vivo e atuante em meio a nós.
A bíblia e a história de Jesus Cristo nos levam a pensar: Como nasceu? Como viveu? Quem foram os seus amigos? Qual era a sua opção? Que legado deixou para a humanidade? Tudo isso cada vez mais é conhecido e difundido, porém, é notório, que cada vez mais, a humanidade inverte a lógica do ensinamento, e devolve tudo para a mesma humanidade, tudo aquilo que o mestre pede que não façamos uns para com os outros.
Dar, comprar e ou receber presentes não é o forte do tempo do Natal, ser feliz é o forte, e ser feliz não é receber presentes, é ser presente para você mesmo, é ser presente para o outro, e principalmente para aqueles que precisam, e certamente aquele que precisa não necessariamente deve ser um homem sem dinheiro ou uma mulher ou criança abandonada.
O outro, o seu próximo, pode ser você mesmo, pode ser aquele, que mesmo que seja seu grande e importante amigo, ainda precisa que lhe diga que Deus não nasce no seu presente, e nem esta embalado nas caixas enfeitadas, e que a alegria do Natal, não vem com laços e cores e jingles natalinos, tem sim, cor, raça, classe social, sentimento, valores, princípios e coragem para levá-lo aonde naturalmente você não iria ou nunca imaginou ir, siga o seu coração e busque a paz, que não vem das compras e festas.
Mas se as compras forem importantes? E se a festa for necessária? Faça então, com convidados especiais, com aqueles lembra? Que tem cor, raça, classe social, sentimento, valores, princípios e coragem, para levá-lo aonde naturalmente nunca foi, e por isso, talvez somente um amigo, que se torne mais que um amigo, que você nunca conheceu pessoas que sempre precisou de você e você nunca se ofereceu, uma classe social que mesmo estando baixo da sua, não é pior que você, e que a nobreza de seus atos, longe dos presentes e da festa, aumentarão os sentimentos e valores que darão razão a seus princípios.
Natal não é comercial, siga a estrela, siga seu coração, siga Jesus Cristo, seja feliz!
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¹ O autor é Educador Popular; Assessor da Cáritas Paragominas; Assessor do Instituto Popular Amazônico – IPA; Formado em Gestão Empresarial/UNAMA; Assessor/Educador de Jovens e Adolescente/CAJU/PJ/CNBB-Norte-II; Licenciando em Biologia/IFPA; Consultor em Desenvolvimento Rural Sustentável; Consultor em Gestão de Trânsito.

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