sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

UEPA de Paragominas Realiza Semana do Calouro



No dia 20 de fevereiro no campus VI da UEPA Paragominas aconteceu uma Mesa Redonda sobre o Combate as Operações que tinha como objetivo fazer um debate com os alunos sobre os vários tipos de operações. A mesa contou com a participação dos alunos Mozart e Antonio Sergio, estudantes de engenharia ambiental do campus da UEPA de Paragominas, do Heitor Pinheiro, estudante de enfermagem do campos da UEPA de Belém, e da Professora Marilene do Nascimento do Movimento de Mulheres de Paragominas e do Instituto Popular Amazônico.


O debate iniciou com uma apresentação do aluno Mozart que trouxe elementos históricos sobre a origem e das varias vertentes de racismo no Brasil e no município. 
O Heitor Pinheiro trouxe dados bastante contemporâneos sobre o preconceito e racismo ocorridos no Brasil e estado do Pará, como o caso da professora que chamou de macaco o vigilante de uma universidade, entre outros exemplos de racismos ocorridos no estado e no município, contra negros, deficientes, pobres e LGBTs. Segundo Antonio, existem ideologias impostas pela classe dominante que muitas vezes a sociedade acaba acatando, por conta disso acaba contribuindo para a pratica desses atos, e que apesar dos avanços obtidos nos últimos tempos por parte do poder publico no sentido de combate ao preconceito, os governantes ainda deixa a desejar. 
A Professora Marilene fez uma apresentação mais focada na violência contra as mulheres, sobretudo as mulheres negras. Ela usou exemplos bíblicos para ressaltar a importância da mulher e o espaço conquistado ao longo da história, e trouxe casos bastante atuais de violência contra mulher no município que Ela pode acompanhar. A mesma falou da deficiência por parte do poder público no sentido de combate a esse mal, que infelizmente está deixando a desejar, e que mesma com todas as dificuldades consegue dar uma boa assistência aos casos que acompanhou. Em seguida foi feito algumas intervenções, como de uma aluna que criticou as atitudes machistas de homes para com as mulheres que usam roupas curtas.
O evento é parte de uma séries de atividades que está dentro da programação da Semana do Calouro do campus VI da UEPA Paragominas iniciada no ultimo dia 18.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Ao querido Frei Jean Ranguenés


Por Carolina Motoki, coordenadora do Escravo, nem pensar! em Araguaína (TO)

Trago uma triste notícia: Frei Jean Ranguenés faleceu nesta manhã, dia 31 de janeiro de 2013.

A primeira vez que o encontrei foi em uma celebração sob os pés de caju da casa, onde o frei Xavier Plassat morava aqui em Araguaína (TO), quando o mestre da ordem dominicana havia vindo ao Brasil visitar a província. Era uma noite agradável e, depois de acompanhar a reza e beber umas caipirinhas, ouvimos extasiados frei Jean cantar sua composição "Pistoleirrrros do Parrrrá", com inconfundível sotaque francês e bom humor.

A última vez que o vi foi no convento dos dominicanos na Saúde, em São Paulo, aonde foi morar, quando os seus olhos já não conseguiam ver muito do mundo. Naquele dia, tínhamos ido visitar frei Henri des Roziers, que iria viajar à França. Notei nos dois velhinhos, além de mais vida do que em mim mesma, a capacidade de fazer graça da própria dor, enquanto abraçavam as dores do mundo. Ou enquanto abraçavam aqueles que sofrem das dores do mundo.

Hoje me lembrei, então, de uma história. Frei Jean recebia em sua casa muitos trabalhadores fugidos do trabalho escravo das fazendas. Certa vez, um que não tinha lugar no trecho passou a morar com ele. Ao retornar de uma viagem, a surpresa: na sua ausência, o trabalhador já havia vendido praticamente tudo o que estava dentro da casa... No julgamento do delito, o juiz disse que poderia reverter a prisão a uma pena alternativa, mas havia um problema: o moço não possuía residência fixa. Ao que frei Jean levantou e disse: "Este é o único problema? Então está resolvido, ele pode morar em minha casa!".

Isso sem contar a sua luta na LIP, fábrica de relógios tomada pelos operários na década de 1970: concretização de sonho impulsionando a utopia...

Ao relembrar tudo isso e saber que, em seus últimos momentos, ele não parecia preocupado com a sua saúde, mas com a preocupação e o cuidado que isso gerava nos outros, retiro a maneira como começo essa mensagem: em vez de anunciar um fim, celebro essa vida.

Veja Mais: http://escravonempensar.org.br