sexta-feira, 2 de junho de 2017

NOTA DE REPÚDIO AO MASSACRE DE PAU D’ARCO

O Instituto Popular e Amazônico, comprometido com as causas sociais de homens e mulheres do campo e da cidade, com a juventude, direitos humanos e defesa pela vida. Repudia o massacre de dez trabalhadores rurais, ocorrido no último dia 24 de maio na Fazenda Santa Lúcia, Pau D’arco, sudeste do Pará, entre os mortos estão nove homens e uma mulher.

Os trabalhadores sobreviventes relataram que ouviram a polícia chegando e correram mata a dentro, os policias alcançaram e começou a matança, os camponeses não tiveram como fugir e suas vidas foram ceifadas ali mesmo.

Esse massacre de Pau D’arco relembra o massacre de Eldorado dos Carajás, em 17 de abril de 1996, em que foram dezenove camponeses mortos na curva do “S”, já passaram 21 anos e os culpados não foram condenados. É muito provável que não serão. A certeza da impunidade continua gerando os massacres, assim foi na curva do “S”, assim foi em Pau D’arco, e os massacres continuarão assolando a vida daqueles que lutam pela terra.

A Reforma Agrária não feita depois do massacre de Eldorado dos Carajás, o latifúndio improdutivo, cercado por seus jagunços, continuam livres e sem medidas a perseguir e atacar os movimentos camponeses. A força truculenta e repressora do Estado, que aqui é a grande deliberadora e responsável de toda tragédia e massacre no campo, continua se escondendo atrás de legitima defesa – que legitima defesa é essa que mata de forma brutal? É mais fácil direcionar a culpa aos militantes camponeses, do que assumir o papel de implementar políticas públicas para Reforma Agrária, isso isoladamente não bastaria, é necessário disposição política, investimento para agricultura familiar, melhoria na política de créditos e sobretudo respeito com quem coloca na mesa o almoço e janta de muitos brasileiros.

Vivemos um massacre diário, perdas de direitos dos trabalhadores,essas infames reformas postas pelo governo ilegítimo e sua corja de golpistas evidenciam retrocessos políticos de conquistas de anos da luta popular.

O autoritarismo, as impunidades sustentam as formas de violência, não aceitamos os fatos ocorridos, as mortes, a truculência e impetuosidade do Estado, os massacres não devem ser repetir, a história não deve correr seu curso dessa forma injusta e imoral com quem luta apenas pelo direito a terra, direito de nela viver e produzir.

Por isso nós nos solidarizamos com as famílias vítimas dessa violência, queremos justiça, respeito e dignidade! Queremos que as mortes desses nossos companheiros não sejam apenas lembradas anos após anos, mas que sejam motivos de transformação e mudança para uma reforma agrária ampla e efetiva.

Por uma Amazônia Livre!

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