O
Instituto Popular e Amazônico, comprometido com as causas sociais de homens e
mulheres do campo e da cidade, com a juventude, direitos humanos e defesa pela
vida. Repudia o massacre de dez
trabalhadores rurais, ocorrido no último dia 24 de maio na Fazenda Santa Lúcia,
Pau D’arco, sudeste do Pará, entre os mortos estão nove homens e uma mulher.
Os
trabalhadores sobreviventes relataram que ouviram a polícia chegando e correram
mata a dentro, os policias alcançaram e começou a matança, os camponeses não
tiveram como fugir e suas vidas foram ceifadas ali mesmo.
Esse
massacre de Pau D’arco relembra o massacre de Eldorado dos Carajás, em 17 de
abril de 1996, em que foram dezenove camponeses mortos na curva do “S”, já
passaram 21 anos e os culpados não foram condenados. É muito provável que não
serão. A certeza da impunidade continua gerando os massacres, assim foi na
curva do “S”, assim foi em Pau D’arco, e os massacres continuarão assolando a
vida daqueles que lutam pela terra.
A
Reforma Agrária não feita depois do massacre de Eldorado dos Carajás, o
latifúndio improdutivo, cercado por seus jagunços, continuam livres e sem
medidas a perseguir e atacar os movimentos camponeses. A força truculenta e
repressora do Estado, que aqui é a grande deliberadora e responsável de toda
tragédia e massacre no campo, continua se escondendo atrás de legitima defesa –
que legitima defesa é essa que mata de forma brutal? É mais fácil direcionar a
culpa aos militantes camponeses, do que assumir o papel de implementar políticas
públicas para Reforma Agrária, isso isoladamente não bastaria, é necessário
disposição política, investimento para agricultura familiar, melhoria na política
de créditos e sobretudo respeito com quem coloca na mesa o almoço e janta de
muitos brasileiros.
Vivemos
um massacre diário, perdas de direitos dos trabalhadores,essas infames reformas
postas pelo governo ilegítimo e sua corja de golpistas evidenciam retrocessos
políticos de conquistas de anos da luta popular.
O
autoritarismo, as impunidades sustentam as formas de violência, não aceitamos
os fatos ocorridos, as mortes, a truculência e impetuosidade do Estado, os massacres
não devem ser repetir, a história não deve correr seu curso dessa forma injusta
e imoral com quem luta apenas pelo direito a terra, direito de nela viver e
produzir.
Por
isso nós nos solidarizamos com as famílias vítimas dessa violência, queremos
justiça, respeito e dignidade! Queremos que as mortes desses nossos
companheiros não sejam apenas lembradas anos após anos, mas que sejam motivos
de transformação e mudança para uma reforma agrária ampla e efetiva.
Por uma Amazônia Livre!
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