As atividades que antecederam o Círio iniciaram cedo este ano, logo no dia 07 de Novembro (sábado) com a cavalgada, que teve a participação de 200 Cavaleiros e Amazonas. Sexta (13) teve a carreata, no Sábado (14) a transladação da imagem. Este ano a festa surpreendeu os organizadores, com relação a número de Romeiros.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
17º CÍRIO DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ EM PARAGOMINAS
As atividades que antecederam o Círio iniciaram cedo este ano, logo no dia 07 de Novembro (sábado) com a cavalgada, que teve a participação de 200 Cavaleiros e Amazonas. Sexta (13) teve a carreata, no Sábado (14) a transladação da imagem. Este ano a festa surpreendeu os organizadores, com relação a número de Romeiros.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Dia de Trabalho Voluntário
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Secretaria de Educação do Estado do Pará reúne com estudante, educadores e a sociedade em Paragominas.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Lula acertou quando previu a marolinha
Sobre o Brasil, o jornal ressalta o fato de a recessão ter durado apenas um semestre - o quarto trimestre de 2008 e o primeiro trimestre deste ano. "Atingido pela recessão mais tarde do que a maior parte dos países, o Brasil saiu dela mais cedo", afirma o artigo, chamando atenção não apenas para o crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, mas também para a recuperação da Bolsa e do real ante o dólar e o euro.
"A rápida recuperação do Brasil aponta para a correção da estratégia adotada pelo governo, centrada na sustentação do mercado interno. A redução de impostos de automóveis e eletrodomésticos mantiveram as vendas nesses dois importantes setores industriais", afirma o artigo, que destaca também a atuação do Banco Central (BC) ao irrigar o mercado e a resistência da confiança dos consumidores. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo
terça-feira, 8 de setembro de 2009
A Juventude do Movimento Amazônico Rural
e Urbano participa, pela primeira vez do Grito
dos(as) Excluídos(as), junto à outros movimentos
e pastorais em Belém.
Abordou o tema “Vida em primeiro lugar”,
A força da transformação está na organização popular.
Este ano como ação inovadora, foi revisado
o local da ação, e decido ter como ponto de principal
a periferia da cidade, Terra Firme citado como uns dos
bairros mais pobres e violento da cidade de Belém,
abraçou este ano grito como se fosse um ato tradicional
da comunidade, que em cada rua que a macha passava
os moradores se juntavam para gritar mais forte as
dores dos povos excluídos.
Durante a ação foi recolhido assinaturas em
prol da campanha “Ficha limpa”, que diz que qualquer
pessoa que tenha ficha suja não pode se candidatar a nenhum
cargo político.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
UJS Organiza virada cultural em Paragominas
Na programamação muito rock e regee para a juventude, a atividade será paralela a abertura da Exposição Feira Agropecuaria de Paragominas, feira esta, que é conhecida muito sendo a maior feira da reigão norte e nordeste do Brasil, onde sao comercializado frutos da agroindustria capitalista da Amazônia.
Todos os jovens são convidados assim como o povo de Paragominas.
Fonte: UJS
segunda-feira, 27 de julho de 2009
JOVENS DO MOVIMENTO AMAZÔNICO RURAL E URBANO FAZEM ESCOLA DE FORMAÇÃO POLITICA EM PARAGOMINAS
A escola junto com o MARU, quer homenagear o grande mártir e lutador do povo João Batista, que em vida, foi militante, advogado e deputado estadual do Pará, em sua mocidade atuou muito em Paragominas e região.
Nesse momento, os jovens presentes em Paragominas, estudam temas, tais como: como funciona a sociedade; revolução brasileira; a exploração da mais valia; o capitalismo na Amazônia e; a formação do povo brasileira, entre outros temas.
Segundo Manoel Gilvaney, um dos coordenadores da Escola, esta sendo uma experiência de mística e militância, pois estudar a revolução é sem duvida alguma,uma volta as nossas raízes de brasileiro.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Prêmio de Lula orgulha o país
Diante da manifesta má vontade demonstrada pela imprensa neste episódio da cobertura da entrega do Prêmio da Unesco, dá para entender porque o governo Lula procura formas alternativas para se comunicar com a população fora da grande mídia
Ricardo Kotscho
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu ontem à noite, em Paris, o prêmio Félix Houphouët-Boigny concedido pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura).
Presidido por Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos Estados Unidos, o júri premiou Lula "por sua atuação na promoção da paz e da igualdade de direitos".
Não é um premiozinho qualquer. Entre as 23 personalidades mundiais que receberam o prêmio até hoje - anteriormente nenhum deles brasileiro - , estão Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul, Yitzhak Rabin, ex-premiê israelense, Yasser Arafat, ex-presidente da Autoridade Nacional Palestina, e Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos.
Secretário-executivo do prêmio, Alioune Traoré lembrou durante a cerimonia na sede da Unesco que um terço dos vencedores anteriores ganhou depois o Prêmio Nobel da Paz.
Pode-se imaginar no Brasil o trauma que isto causaria a certos setores políticos e da mídia caso o mesmo aconteça com Lula.
Thaoré disse a Lula que, ao receber este prêmio, "o senhor assume novas responsabilidades na história".
Mas nada disso foi capaz de comover os editores dos dois jornalões paulistas, Folha e Estadão, que simplesmente ignoraram o fato em suas primeiras páginas. Dos três grandes jornais nacionais, apenas O Globo destacou a entrega do prêmio no alto da capa.
Para o Estadão, mais importante do que o prêmio recebido por Lula foi a manifestão de dois ativistas do Greenpeace que exibiram faixas conclamando Lula a salvar a Amazônia e o clima. "Ambientalistas protestam durante premiação de Lula", foi o título da página A7 do Estadão.
O protesto do Greenpeace foi também o tema das únicas fotografias publicadas pela Folha e pelo Estadão. No final do texto, o Estadão registrou que Lula pediu desculpas aos jovens ativistas, retirados com truculência pela segurança, e "reverteu o constragimento a seu favor, sendo ovacionado pelo público que lotava o auditório".
"O alerta destes jovens vale para todos nós, porque a Amazônia tem que ser realmente preservada", afirmou Lula em seu discurso, ao longo do qual foi aplaudido três vezes quando pediu o fim do embargo a Cuba e a criação do Estado palestino, e condenou o golpe em Honduras.
"Sinto-me honrado de partilhar desta distinção. Recebo esse prêmio em nome das conquistas recentes do povo brasileiro", afirmou Lula para os convidados das Nações Unidas.
A honraria inédita concedida a um presidente brasileiro, motivo de orgulho para o país, também não mereceu constar da escalada de manchetes do Jornal Nacional. A notícia da entrega do prêmio no principal telejornal noturno saiu ensanduichada entre declarações de Lula sobre a crise no Senado e o protesto do Greenpeace.
É verdade que ontem foi o dia do grande show promovido nos funerais de Michael Jackson, mas também ganhou destaque na escalada e no noticiário a comemoração pelos quinze anos do Plano Real (tema tratado neste Balaio na semana passada) promovida no plenário do Senado, em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso aproveitou para atacar Lula.
Diante da manifesta má vontade demonstrada pela imprensa neste episódio da cobertura da entrega do Prêmio da Unesco, dá para entender porque o governo Lula procura formas alternativas para se comunicar com a população fora da grande mídia.
Muitas vezes, quando trabalhava no governo, e mesmo depois que saí, discordei dele nas críticas que fazia à atuação da imprensa, a ponto de dizer recentemente que não lia mais jornais porque lhe davam azia.
Exageros à parte, mesmo que esta atitude beligerante lhe cause mais prejuízos do que dividendos, na minha modesta opinião, o fato é que Lula não deixa de ter razão quando se queixa de uma tendência da nossa mídia de inverter a máxima de Rubens Ricupero, aquele que deu uma banana para os escrúpulos.
"O que é bom a gente esconde, o que é ruim a gente divulga", parece ser mesmo a postura de boa parte dos editores da nossa imprensa com um estranho gosto pelo noticiário negativo, priorizando as desgraças e minimizando as coisas boas que também acontecem no país.
Valeu, Lula. Parabéns!
terça-feira, 14 de julho de 2009
Equipe da Cáritas e do Instituto Popular Amazônico visitam aterro sanitario em Paragominas
A atividade foi marcada por muita partilha e sentimentos de esperança por parte dos catadore e catadoras.
Todavia, se percebeu muito visivelmente, um certo abandono do espaço e um descuido com o ser humano que trabalha no aterro.
Porem segundo os catadore e catadoras, eles acreditam muito que poderam melhorar de vida, mesmo catando material no aterro sanitario.
Durante a reuniao, foram descidido que no dia seguinte haveria um encontro com as mulheres catadoras e em seguida tambem foi anunciada a visita que fará uma equipe de Brasilia da coordenação a Caritas Nacional à Paragominas e aos catadores e catadoras, junto com a equipe vira representantes da Caritas de Abaetetua e do Regional Norte II.
O encontro terminou as 10h pois eles ainda tinham que trabalhar para dar o sustento a familia.
terça-feira, 30 de junho de 2009
Movimento Amazônico Rural e Urbano reúne 200 jovens de várias regiões do Pará.
Em Ipixuna do Pará nordeste do Estado, aconteceu o Encontro da Juventude Camponesa que reuniu 200 jovens de varias regiões do Pará, entre elas, Aurora do Pará, Cachoeira do Piriá, Curuçá, Dom Elizeu, Irituia, Mãe do Rio, Marabá, Paragominas e São Domingos do Capim.
O encontro que teve inicio na noite da sexta dia 26 e continuou até ao meio dia do domingo 28 de junho. Na programação, contou com a presença e contribuição nos debates, do Chefe da Casa Civil, Secretário Cláudio Castelo Branco Puty; do Secretario Executivo da Cáritas Brasileira Regional Norte II o Sociólogo Lindomar de Jesus S. Silva e; da Educadora Popular formada em Ciências Agrárias Loide Almada.
A temática do encontro, estava envolta ao modelo de desenvolvimento da Amazônia, que tem feito todas as mazelas na Amazônia, e o tema central encontro era “Juventude e Êxodo Rural” – contudo, a juventude reunida neste encontro, puderam participar de nove oficinas, tais como, de teatro do oprimido; educação no campo; mística; musica e poesia; agroecologia; reciclagem; artesanatos; malabares e capoeira.
Para o encerramento da programação no sábado, foi conduzido pelas ruas da cidade de Ipixuna, um belo cortejo cultual da juventude, durante o cortejo mística, muitas palavra de rebeldia, cantos, e demonstração de arte e cultura para o povo.
O encontro tinha o apoio do Instituto Popular Amazônico, da prefeitura Municipal de Ipixuna do Pará, do Governo do Estado (Casa Civil e Coordenadoria de Juventude), da Cáritas Brasileira Regional Norte II e da Coordenadoria de Serviços Ecumênico – CESE.
Fonte: Secretaria Operativa do MARU
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Encontro da Juventude Camponesa em Ipixuna do Pará
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Congresso recebe vigília pelo meio ambiente
A ONG ‘Amazônia para sempre’ já conseguiu reunir mais de um milhão de assinaturas pedindo a preservação da Amazônia.
Começou nesta quarta no Congresso uma vigília pela preservação do meio ambiente no país. Artistas e ambientalistas foram ao Senado pedir o fim do desmatamento na Amazônia.
À frente da manifestação, a ONG ‘Amazônia para sempre’। A organização já conseguiu reunir mais de um milhão de assinaturas pedindo a preservação da Amazônia.
No Senado, os manifestantes também vieram fazer um alerta: para que não sejam aprovados projetos que reduzem a proteção ao meio ambiente no Brasil.
O objetivo da vigília é criar um grande fórum de discussão que eu acredito que não tem acontecido ainda dentro desta casa com a participação de representantes do ONGs, sociedade civil, um milhão de assinaturas do manifesto ‘Amazônia para sempre’, parlamentares”, disse a atriz Cristiane Torloni.
Na Câmara, um projeto pretende alterar o código florestal. Ele permite a redução da área de floresta que deve ser preservada nas propriedades rurais na Amazônia e que hoje é de 80%.
Outro projeto autoriza o governo a passar para proprietários privados terras públicas de até 1,5 mil hectares, sem licitação।
No Senado, um projeto derruba vários artigos do Plano Nacional de Combate ao Desmatamento. Por exemplo, o artigo que proíbe novas autorizações para desmatamento nos municípios que mais devastam o meio ambiente.
Outra medida que está para ser votada no Senado facilita o licenciamento ambiental para pavimentação e duplicação de estradas federais।
Fonte Globo
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Movimentos sociais manifestam apoio ao governo do Pará
Cerca de mil populares se reuniram em ato em frente à Assembléia Legislativa do Pará (Alepa), nesta quarta-feira (29). Com faixas, carro som, impressos e alegorias para sensibilizar parlamentares e transeuntes, cinquenta entidades da sociedade civil organizada manifestaram apoio à política fundiária implementada pelo governo estadual e repúdio ao pedido de intervenção federal no Pará, feito pela presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO). O ato repercutiu mais uma vez dentro do plenário.
O líder do governo na Casa, deputado Airton Faleiro, e a líder do PT, Regina Barata, desafiaram a senadora a voltar hoje ao estado, como prometeu semana passada, e enfrentar a indignação do povo paraense e a união dos três poderes. Airton destacou: "Os três poderes neste estado assinaram declaração pública [no último dia 26], reafirmando que não há descontrole no Pará; há, sim, atuação efetiva para impedir excessos de todos os lados. Hoje, os movimentos sociais vêm aqui protestar contra o esforço da senadora para denegrir a imagem do Pará. Não há mais ambiente político para os interesses da senadora".
A nota distribuída pelos manifestantes e intitulada "Movimentos sociais repudiam pedido de intervenção no Pará - Estado democrático de direito incomoda latifundiários e grileiros de terra no Pará" é assinada por organizações como CNBB, Caritas, Fetagri, Fetraf, Sindicato dos Bancários e Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil. Em um dos trechos do documento, reconhecem: "o Governo tem tido uma atitude responsável, não apenas cumprindo o que determina a Lei, mas tratando com inteligência e humanidade àqueles que deixam os locais de reintegrações, muitas vezes, alocando-os em outros locais, dando-lhes as condições mínimas de recomeço".
Para as entidades, a nova prática de atuação do governo, "tem preocupado proprietários de terras envolvidos com grilagem, apropriação ilegal de terras públicas, trabalho escravo, desmatamento ilegal e a prática da violência no campo. Não somos e nunca seremos depositários de uma política de relações com os movimentos do campo e da cidade cujo resultado histórico, no passado, proporcionou a morte de homens e mulheres, como o caso de Eldorado do Carajás. Isso nós não teremos nunca mais. Neste sentido, as organizações abaixo-assinadas repudiam veementemente o pedido protocolado pela senadora Kátia Abreu, enquanto presidente da Confederação Nacional de Agricultura de intervenção federal no Estado do Pará".
Representante da Federação de Trabalhadores da Agricultura (Fetagri), Carlos Augusto Santos Silva lembrou que a entidade "tem 40 anos atuando no Pará, reunindo 142 sindicatos de trabalhadores rurais e, por isso, não podia ficar calada numa manifestação contra a intromissão da senadora Kátia Abreu e da CNA no Pará. Temos na pauta de nossas prioridades a reforma agrária, a política agrária, o combate à violência no campo e à grilagem de terras, então não podemos ficar calados para os interesses mais atrasados deste país, que deixaram um grave passivo de políticas sociais para o povo e querem retroceder nos avanços que conquistamos neste governo".
Carlos Augusto adiantou que, junto com o Instituto de Terras do Pará (Iterpa), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Ministério Público Federal, a Fetagri dará divulgação a um mapa de grilagem de terras no estado. O pedido de intervenção federal protocolado pela presidente da CNA na Procuradoria Geral da República pretende pressionar por reintegrações de posse no Pará, que, no entanto, vêm sendo realizadas desde 2007, de forma pacífica. O governo do PSDB, aliado do partido da senadora Kátia Abreu, entregou a atual gestão no Pará um passivo de 173 mandados de reintegrações de posse. Atualmente, faltam 63 para ser cumpridos.
No último dia 23, a deputada Regina Barata apresentou requerimento à PGR solicitando indeferimento do pedido de intervenção e contou com a assinatura de toda a bancada do PT। Na ocasião, a líder do partido no Palácio da Cabanagem ressaltou que o estado representado por Kátia Abreu, o Tocantins, possui 16 pedidos de intervenção federal já admitidos pelo Supremo Tribunal Federal.
29/4/2009 13:१० Da RedaçãoAgência Pará
terça-feira, 5 de maio de 2009
Morre Augusto Boal, o criador do Teatro do Oprimido
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Por Maurício Reimberg
"Houve um avanço da cana-de-açúcar em Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. A cana está substituindo áreas de pastagem e o gado está indo para a fronteira agrícola. Isso antecipa a ação do grileiro, que vai na frente", explica o geógrafo Carlos Walter Porto-Gonçalves, da Universidade Federal Fluminense (UFF). Entre as principais consequências desse processo, está a apropriação ilegal de terras públicas, a expulsão de populações tradicionais e o aumento da violência. Outro efeito imediato foi o recorde histórico de denúncias sobre o uso de mão-de-obra escrava.
No ano passado, houve 28 mortes por conflitos no campo - 20 delas na Amazônia Legal, que corresponde à totalidade do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Maranhão. No total, 1.170 conflitos agrários foram registrados, uma redução de 23% em comparação a 2007. O relatório da CPT, que passou a ser publicado de forma sistemática em 1985, cita ainda 44 tentativas de assasssinato, 90 ameaças de morte, 168 prisões e 800 agressões. Esse é o principal levantamento no país sobre casos de violência ocorridos na zona rural.
Relatório da CPT registra aumento de mortes no Pará (Foto: Douglas Mansur/Novo Movimento)O número total de pessoas assassinadas se manteve igual ao índice verificado em 2007 (28). No entanto, um dos aspectos negativos fica por conta do Pará - de 5 mortes em 2007 saltou para 13 em 2008. Outros três estados tiveram aumento no número de assassinatos: Bahia, Rondônia e Rio Grande do Sul. Houve uma morte para cada 54 conflitos no país em 2007. Já em 2008, a proporção foi de um homicídio para cada 42 ocorrências.
As principais vítimas dos confrontos são as populações tradicionais, que envolvem indígenas, quilombolas, posseiros, ribeirinhos e camponeses. Em 2007, eles representavam 41% dos envolvidos nesses conflitos - são agora 53% do total. Os sem-terra, que ocupavam o primeiro lugar em 2007, caíram de 44% para 36%. Carlos Walter, que é professor da UFF e elabora análises para o relatório da CPT desde o ano de 2003, afirma que essas comunidades estão sendo "expropriadas". "São ocupantes históricos que não detêm a titulariedade jurídica das terras", complementa.
O levantamento da CPT avalia que esse cenário de vulnerabilidade das populações tradicionais tende a se agravar num contexto de expansão desenfreada da fronteira agrícola e do agronegócio. Além disso, há diversas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como a reforma da rodovia BR-319 - que liga Porto Velho a Manaus -, além da chegada de investidores estrangeiros no comércio de terras, que podem ser indicativos de mais pressão sobre essas comunidades, muitas delas localizadas em áreas de mananciais e florestas ricas em biodiversidade.
O bispo emérito de Goiás dom Tomás Balduino, um dos fundadores da CPT em 1975 e ex-presidente da entidade (1999-2005), argumenta que as políticas voltadas ao campo não estão contribuindo para reverter esse cenário. Ele diz que o governo federal não direciona recursos à reforma agrária nem realiza as desapropriações. "Os índices de atualização da produtividade são da década de 1970", lamenta. "Há uma política antirreforma agrária que retrocede ao Brasil exportador de matéria-prima".
A CPT elegeu no último dia 18 de abril a sua nova coordenação nacional para o próximo triênio (2009-2011). Dom Ladislau Biernaski, bispo de São José dos Pinhais (PR), foi escolhido presidente da entidade. Ele substituiu dom Xavier Gilles de Maupeou d`Ableiges, bispo de Viana (MA). Dom Tomás Balduino permanece como conselheiro permanente da CPT.
ImpunidadeO caso Dorothy Stang foi lembrado como um dos principais símbolos da impunidade no campo. A missionária norte-americana naturalizada brasileira foi assassinada com seis tiros - um deles na nuca - aos 73 anos, em fevereiro de 2005. Ela foi alvejada numa estrada vicinal de Anapu (PA). Dorothy defendia os Programas de Desenvolvimento Sustentável (PDSs) como modelo de reforma agrária e de fixação das famílias na Amazônia.
No último dia 22 de abril, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em decisão liminar, mandou soltar Vitalmiro Bastos de Moura (Bida), acusado de ser um dos mandantes do crime. Bida, que teve o seu julgamento anulado pelo Tribunal de Justiça do Pará (TJ-PA), estava detido desde o início do mês. Ele e o pistoleiro Rayfran das Neves (Fogoió) serão julgados novamente. Seu cúmplice Clodoaldo Batista (Eduardo) cumpre pena de 17 anos de prisão. Já o intermediário Amair da Cunha (Tato) foi condenado a 18 anos de reclusão.
O fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, o "Taradão", outro acusado pelo crime de mando, deve ir a júri neste semestre. Essa é a promessa pública feita pelo desembargador Rômulo Nunes, presidente do TJ do Pará, que assumiu o cargo em fevereiro deste ano. Se não for possível agendar o julgamento até junho, Rômulo assumiu o compromisso de fazê-lo até o final de 2009.
Quatro anos após a morte de Dorothy, o Pará continua na liderança do ranking no número de conflitos (245), assassinatos (13), ameaças de morte (35), famílias expulsas (740) e despejos (2051). "A impunidade favorece o avanço da criminalização dos movimentos socias e da violência no campo", afirma o padre Dirceu Luiz Fumagalli, membro da coordenação nacional da CPT.
CriminalizaçãoA principal pressão contra os movimentos sociais em 2008 veio do Poder Judiciário. Em junho do ano passado, o Conselho Superior do Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul chegou a pedir a "dissolução" do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O promotor Gilberto Thums foi o responsável por uma ação civil pública que tentou declarar o MST "ilegal" (confira matéria). Denúncias foram encaminhadas à Organização das Nações Unidas (ONU) contra a criminalização dos movimentos sociais.
Segundo o documento da CPT, a atitude do MP gaúcho "abriu as portas" para outras ações conjuntas entre o Judiciário e o governo estadual. O relatório diz que as políticas de "repressão" adotadas geraram um "efeito Yeda" - em referência à governadora Yeda Crusius (PSDB). Os dados apontam um recrudescimento generalizado da violência rural no estado. Houve aumento no número de conflitos (de 32 para 33), famílias envolvidas (3.875 para 4.934), despejos (940 a 1.954), expulsões (0 a 60), prisões (15 a 19), agressões (54 a 328), ameaças (1 a 3) e assassinatos (0 a 2).
Neste mês, porém, o Pará voltou a estar em evidência. Um conflito entre os acampados da fazenda Espírito Santo e "seguranças" da Agropecuária Santa Bárbara, que tem o banqueiro Daniel Dantas entre os proprietários, deixou nove feridos a bala - oito sem-terra e um funcionário da empresa - em Xinguara, a 792 km de Belém. A ação gerou polêmica após uma denúncia não-comprovada de que integrantes do movimento teriam mantido quatro jornalistas como "reféns" durante o enfrentamento. O MST nega a acusação.
Durante o lançamento do balanço da CPT, dom Tomás Balduino teceu comentários sobre o que vem ocorrendo no Pará. "São provocações do lado dos latifundiários que chegam ao ponto da explosão. É uma situação de profissionais da provocação. O pessoal da base não é de fazer violência. Eles se defendem. Mas quando acontece isso quem sai com a imagem danificada são os trabalhadores rurais. Eles são considerados agressores".
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Nota do MST sobre os conflitos no Pará
"Em relação ao episódio na região de Xinguara e Eldorado de Carajás, no sul do Pará, o MST esclarece que os trabalhadores rurais acampados foram vítimas da violência da segurança da Agropecuária Santa Bárbara. Os sem-terra não pretendiam fazer a ocupação da sede da fazenda nem fizeram reféns. Nenhum jornalista nem a advogada do grupo foram feitos reféns pelos acampados, que apenas fecharam a PA-150 em protestos pela liberação de três trabalhadores rurais detidos pelos seguranças. Os jornalistas permaneceram dentro da sede fazenda por vontade própria, como sustenta a Polícia Militar. Esclarecemos também que:
1- No sábado (18/4) pela manhã, 20 trabalhadores sem-terra entraram na mata para pegar lenha e palha para reforçar os barracos do acampamento em parte da Fazenda Espírito Santo, que estão danificados por conta das chuvas que assolam a região. A fazenda, que pertence à Agropecuária Santa Bárbara, do Banco Opportunity, está ocupada desde fevereiro, em protesto que denuncia que a área é devoluta. Depois de recolherem os materiais, passou um funcionário da fazenda com um caminhão. Os sem-terra o pararam na entrada da fazenda e falaram que precisavam buscar as palhas. O motorista disse que poderia dar uma carona e mandou a turma subir, se disponibilizando a levar a palha e a lenha até o acampamento.
2- O motorista avisou os seguranças da fazenda, que chegaram quando os trabalhadores rurais estavam carregando o caminhão. Os seguranças chegaram armados e passaram a ameaçar os sem-terra. O trabalhador rural Djalme Ferreira Silva foi obrigado a deitar no chão, enquanto os outros conseguiram fugir. O sem-terra foi preso, humilhado e espancado pelos seguranças da fazenda de Daniel Dantas.
3- Os trabalhadores sem-terra que conseguiram fugir voltaram para o acampamento, que tem 120 famílias, sem o companheiro Djalme. Avisaram os companheiros do acampamento, que resolveram ir até o local da guarita dos seguranças para resgatar o trabalhador rural detido. Logo depois, receberam a informação de que o companheiro tinha sido liberado. No período em que ficou detido, os seguranças mostraram uma lista de militantes do MST e mandaram-no indicar onde estavam. Depois, os seguranças mandaram uma ameaça por Djalme: vão matar todas as lideranças do acampamento.
4- Sem a palha e a lenha, os trabalhadores sem-terra precisavam voltar à outra parte da fazenda para pegar os materiais que já estavam separados. Por isso, organizaram uma marcha e voltaram para retirar a palha e lenha, para demonstrar que não iam aceitar as ameaças. Os jornalistas, que estavam na sede da Agropecuária Santa Bárbara, acompanharam o final da caminhada dos marchantes, que pediram para eles ficarem à frente para não atrapalhar a marcha. Não havia a intenção de fazer os jornalistas de “escudo humano”, até porque os trabalhadores não sabiam como seriam recebidos pelos seguranças. Aliás, os jornalistas que estavam no local foram levados de avião pela Agropecuária Santa Bárbara, o que demonstra que tinham tramado uma emboscada.
5- Os trabalhadores do MST não estavam armados e levavam apenas instrumentos de trabalho e bandeiras do movimento. Apenas um posseiro, que vive em outro acampamento na região, estava com uma espingarda. Quando a marcha chegou à guarita dos seguranças, os trabalhadores sem-terra foram recebidos a bala e saíram correndo – como mostram as imagens veiculadas pela TV Globo. Não houve um tiroteio, mas uma tentativa de massacre dos sem-terra pelos seguranças da Agropecuária Santa Bárbara.
6- Nove trabalhadores rurais ficaram feridos pelos seguranças da Agropecuária Santa Bárbara. O sem-terra Valdecir Nunes Castro, conhecido como Índio, está em estado grave. Ele levou quatro tiros, no estômago, pulmão, intestino e tem uma bala alojada no coração. Depois de atirar contra os sem-terra, os seguranças fizeram três reféns. Foram presos José Leal da Luz, Jerônimo Ribeiro e Índio.
7- Sem ter informações dos três companheiros que estavam sob o poder dos seguranças, os trabalhadores acampados informaram a Polícia Militar. Em torno das 19h30, os acampados fecharam a rodovia PA-150, na frente do acampamento, em protesto pela liberação dos três companheiros que foram feitos reféns. Repetimos: nenhum jornalista nem a advogada do grupo foram feitos reféns pelos acampados, mas permaneceram dentro da sede fazenda por vontade própria. Os sem-terra apenas fecharam a rodovia em protesto pela liberação dos três trabalhadores rurais feridos, como sustenta a Polícia Militar.
MOVIMENTOS DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA - PARÁ