Na onda neoliberal, onde o estado (governos) é mínimo, e que tudo deve ser feito e regulado pelo próprio mercado, Paragominas vive então um momento mais forte do seu estado neoliberal, ou seja, tudo que aqui é pensado, organizado e regulado pela economia de mercado.
Como outros fatores na sociedade, o direito a diversão, ao lazer e a cultura, assim como outras politicas públicas, também são negados como direitos de todos, e agora um bem privatizado, pois com a onda insana iniciada desde de 1992 no Brasil, sofremos pois, com a venda do nosso patrimônio cultural, social, econômico e ambiental, e consequentemente negamos a todos, os que não tem dinheiro, aos que não tem a mesma oportunidade, aos que não tem emprego, aos abandonados pela mesma sociedade que se vangloria ter melhorado a vida de muitos, (quem são os muitos?).
Pena ver que o nosso carnaval mudou para o mês de Maio ou Junho, quando é conveniente para a indústria, que se beneficia com a dor e tristeza dos que não podem pagar e nem tão pouco se sentiria contemplado, pois as festas não são para todos.
O carnaval brasileiro, fruto do direito a cultura, ao lazer, ao entreterimento com segurança, tudo que qualquer trabalhador tem direito, passou a gora ser expropriado por um grupo de empresas que com a expropriação do carnaval, vendem seus produtos. No entanto, o governo (agora mais que mínimo) só serve para baixar a cabeça para as empresas, sejam elas grandes ou pequenas, o que importa é que nesse momento, não existe nada menor que o povo, povo este que perdeu o seu direito a tradição e os valores que lhes ensinaram a ser patriota e cidadão.
Um lugar, que tido como um munícipio bom para ganhar dinheiro, não é o mesmo lugar, bom para os que adotam como sua terra natal, e não estou falando de empresas, estou falando de gente, de pessoas de famílias.
Sei também, que muita gente, não gosta de carnaval, aqui em Paragominas e em muitos lugares do País, no entanto, é um dever do estado, garantir o direito a todos, os gostam e os que não apreciam, pois não se pode deixar de garantir um direito por menor que seja o seu público.
No Brasil, o carnaval, não é só uma data, não é só um momento, tem valores, tem tradição, tem vida, alegrias e novas esperanças, ainda que a televisão em muitos momentos mostre outros elementos, o carnaval é algo que motiva, e torna o povo, que de tão sofrido chega a ser deprecisso, face, aos maus salários, a falta de emprego, a vida escrava que muitos vivem, a negação aos seus direitos e outros mais.
Podemos fazer o que quiser em todos os meses do ano, com as bandas e com todos os seus artificios, mas carnaval da tradição é de direito garantido historicamente pelo estado, é só no mês de Fevereiro, e antes de ser uma data, é um direito de todos, mesmo os que não gostam e, por isso, deve ser garantido pelos governos, sobre tudo o governo municipal.
Autor: José Wilson Alves